Poema Nevermore
Ah, lembrança, lembrança, que me queres? O Outono
Fazia voar os tordos plo ar desmaiado
E o sol dardejava um monótono raio
No bosque amarelado onde a nortada ecoa.
A sonhar caminhávamos os dois, a sós,
Ela e eu, pensamento e cabelos ao vento.
De repente, fitou-me em olhar comovente:
“Qual foi o teu mais belo dia?” disse a voz
De oiro vivo, sonora, em fresco timbre angélico.
Um sorriso discreto deu-lhe a minha réplica
E então, como um devoto, beijei-lhe a mão branca.
– Ah! as primeiras flores, como são perfumadas!
E como em nós ressoa o murmúrio vibrante
Desse primeiro Sim dos lábios bem-amados!
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