Escrito num Livro Abandonado em Viagem
Venho dos lados de Beja. Vou para o meio de Lisboa. Não trago nada e não acharei nada. Tenho o […]
Poemas em Português
Venho dos lados de Beja. Vou para o meio de Lisboa. Não trago nada e não acharei nada. Tenho o […]
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, […]
(Fins de duas odes, naturalmente) I Vem, Noite antiquíssima e idêntica, Noite Rainha nascida destronada, Noite igual por dentro ao […]
Às vezes tenho idéias felizes, Idéias subitamente felizes, em idéias E nas palavras em que naturalmente se despegam… Depois de […]
Na véspera de não partir nunca Ao menos não há que arrumar malas Nem que fazer planos em papel, Com […]
Mas eu, em cuja alma se refletem As forças todas do universo, Em cuja reflexão emotiva e sacudida Minuto a […]
Começa a haver meia-noite, e a haver sossego, Por toda a parte das coisas sobrepostas, Os andares vários da acumulação […]
A praça da Figueira de manhã, Quando o dia é de sol (como acontece Sempre em Lisboa), nunca em mim […]
Na casa defronte de mim e dos meus sonhos, Que felicidade há sempre! Moram ali pessoas que desconheço, que já […]
Aproveitar o tempo! Mas o que é o tempo, que eu o aproveite? Aproveitar o tempo! Nenhum dia sem linha… […]
O dia deu em chuvoso. A manhã, contudo, esteve bastante azul. O dia deu em chuvoso. Desde manhã eu estava […]
Quando olho para mim não me percebo. Tenho tanto a mania de sentir Que me extravio às vezes ao sair […]
Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo, Espécie de acessório ou sobressalente próprio, Arredores irregulares da minha emoção […]
(Depois de ler seu drama estático “O marinheiro” em “Orfeu I”) Depois de doze minutos Do seu drama O Marinheiro, […]
Na rua cheia de sol vago há casas paradas e gente que anda. Uma tristeza cheia de pavor esfria-me. Pressinto […]
Eu, eu mesmo… Eu, cheio de todos os cansaços Quantos o mundo pode dar. – Eu… Afinal tudo, porque tudo […]
Ao Senhor Mário de Sá-Carneiro É antes do ópio que a minh’alma é doente. Sentir a vida convalesce e estiola […]
Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, […]
Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados O esplendor do sentido nenhum da vida… Toquem num arraial a marcha fúnebre […]
A minha alma partiu-se como um vaso vazio. Caiu pela escada excessivamente abaixo. Caiu das mãos da criada descuidada. Caiu, […]