Cara minha inimiga, em cuja mão Pôs meus contentamentos a ventura, Faltou-te a ti na terra sepultura, Por que me […]

Se somente hora alguma em vós piedade De tão longo tormento se sentira, Amor sofrera, mal que eu me partira […]

– Não passes, caminhante! – Quem me chama? – Uma memória nova e nunca ouvida, De um que trocou finita […]

Todo animal da calma repousava, Só Liso o ardor dela não sentia; Que o repouso do fogo, em que ele […]

Vossos olhos, Senhora, que competem Com o Sol em beleza e claridade, Enchem os meus de tal suavidade, Que em […]

Quando da bela vista e doce riso Tomando estão meus olhos mantimento, Tão elevado sinto o pensamento, Que me faz […]

Erros meus, má Fortuna, Amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a Fortuna sobejaram, Que para mim […]

Tomava Daliana por vingança Da culpa do pastor que tanto amava, Casar com Gil vaqueiro; e em si vingava O […]

O cisne, quando sente ser chegada A hora que põe termo à sua vida, Harmonia maior, com voz sentida, Levanta […]

Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso; Entre rubis e perlas, doce riso, Debaixo de ouro e neve, […]

Dai-me ũa lei, Senhora, de querer-vos, Porque a guarde sob pena de enojar-vos; Pois a fé que me obriga a […]

Tomou-me vossa vista soberana Aonde tinha as armas mais à mão, Por mostrar a quem busca defensão Contra esses belos […]

Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no Céu eternamente, E viva eu cá […]

Alegres campos, verdes arvoredos, Claras e frescas águas de cristal, Que em vós os debuxais ao natural, Discorrendo da altura […]

Já a roxa e clara Aurora destoucava Os seus cabelos de ouro delicados, E das flores os campos esmaltados Com […]

Passo por meus trabalhos tão isento De sentimento grande nem pequeno, Que só por a vontade com que peno Me […]

Está-se a Primavera trasladando Em vossa vista deleitosa e honesta; Nas belas faces, e na boca e testa, Cecéns, rosas, […]

Quem vê, Senhora, claro e manifesto O lindo ser de vossos olhos belos, Se não perder a vista só com […]

Quando de minhas mágoas a comprida Maginação os olhos me adormece, Em sonhos aquela alma me aparece, Que para mi […]

Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho logo mais que desejar, Pois em mim […]