Poema Doces Despojos de meu Bem Passado
Amor, co’a esperança já perdida
Teu soberano templo visitei;
Por sinal do naufrágio que passei,
Em lugar dos vestidos, pus a vida.
Que mais queres de mim, pois destruída
Me tens a glória toda que alcancei?
Não cuides de render-me, que não sei
Tornar a entrar onde não há saída.
Vês aqui vida, alma e esperança,
Doces despojos de meu bem passado,
Enquanto o quis aquela que eu adoro.
Nelas podes tomar de mim vingança;
E se te queres ainda mais vingado,
Contenta-te co’as lágrimas que choro.
(1 votes, average: 5,00 out of 5)Mais poemas:
- Não Sei de quem Recordo meu Passado Não sei de quem recordo meu passado Que outrem fui quando o fui, nem me conheço Como sentindo com minha […]...
- O Passado é o Presente na Lembrança Se recordo quem fui, outrem me vejo, E o passado é o presente na lembrança. Quem fui é alguém que […]...
- Do Passado Arrependido Do passado arrependido, seguro doutro erro tal, seja o perdido, perdido, e do mal, o menos mal. Faça-se o que […]...
- Os Dois Horizontes Dois horizontes fecham nossa vida: Um horizonte, – a saudade Do que não há de voltar; Outro horizonte, – a […]...
- Vivo em Lembranças, Morro de Esquecido Doces lembranças da passada glória, Que me tirou fortuna roubadora, Deixai-me descansar em paz uma hora, Que comigo ganhais pouca […]...
- Me Vejo com Memórias Perseguido Se quando vos perdi, minha esperança, A memória perdera juntamente Do doce bem passado e mal presente, Pouco sentira a […]...
- Vibra o Passado em Tudo o que Palpita Vibra o passado em tudo o que palpita qual dança em coração de bailarino ao regressar já mudo o violino […]...
- Contra a Esperança É preciso esperar contra a esperança. Esperar, amar, criar contra a esperança e depois desesperar a esperança mas esperar, enquanto […]...
- Desesperança Vai-te na aza negra da desgraça, Pensamento de amor, sombra d’uma hora, Que abracei com delírio, vai-te, embora, Como nuvem […]...
- Para que quero a Glória Fugitiva? Já é tempo, já, que minha confiança Se desça duma falsa opinião; Mas Amor não se rege por razão, Não […]...
- Passado, Presente, Futuro Eu fui. Mas o que fui já me não lembra: Mil camadas de pó disfarçam, véus, Estes quarenta rostos desiguais. […]...
- Coração, Olha o que Queres MOTE Coração, olha o que queres: Que mulheres, são mulheres… VOLTAS Tão tirana e desigual Sustentam sempre a vontade, Que […]...
- Aqui Onde se Espera Aqui onde se espera – Sossego, só sossego – Isso que outrora era, Aqui onde, dormindo, -Sossego, só sossego – […]...
- Quanto Mais vos pago, Mais vos Devo Quem vê, Senhora, claro e manifesto O lindo ser de vossos olhos belos, Se não perder a vista só com […]...
- Aniversário No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, […]...
- Cara Minha Inimiga Cara minha inimiga, em cuja mão Pôs meus contentamentos a ventura, Faltou-te a ti na terra sepultura, Por que me […]...
- Escrito de Memória Formado em direito e solidão, às escuras te busco enquanto a chuva brilha. É verdade que olhas, é verdade que […]...
- A um Homem do Passado Estes são os tempos futuros que temia o teu coração que mirrou sob pedras, que podes recear agora tão fundo, […]...
- Solilóquio Já que o sol pouco a pouco se desmaia E meu mal cada vez mais se desvela, Enquanto a pena, […]...
- A Guerra E tropeçavam todos nalgum vulto, quantos iam, febris, para morrer: era o passado, o seu passado – um vulto de […]...
- Sem Corpo Nenhum Sem corpo nenhum, como te hei de amar? – Minha alma, minha alma, tu mesma escolheste esse doce mal! Sem […]...
- Deixai que a Vida sobre Vós Repouse Deixai que a vida sobre vós repouse qual como só de vós é consentida enquanto em vós o que não […]...
- Ignoto Deo D. D. D. Creio em Ti, Deus; a fé viva De minha alma a Ti se eleva. És: – o […]...
- Vos Foi Beijar na Parte Onde se Via O fogo que na branda cera ardia, Vendo o rosto gentil, que eu na alma vejo, Se acendeu de outro […]...
- Menino No colo da mãe a criança vai e vem vem e vai balança. Nos olhos do pai nos olhos da […]...
- Este Inferno de Amar Este inferno de amar – como eu amo! – Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi? Esta chama que alenta […]...
- Falas de Civilização, e de não Dever Ser Falas de civilização, e de não dever ser, Ou de não dever ser assim. Dizes que todos sofrem, ou a […]...
- À Sua Esperança Esta esperança vã, doce tormento, Com que amor lisonjeiro determina Acumular estragos à ruína Por levantar padrões ao escarmento, Foi […]...
- Mais Alto Mais alto, sim! mais alto, mais além Do sonho, onde morar a dor da vida, Até sair de mim! Ser […]...
- Homem, um Corpo Choro! Aqui, dizeis, na cova a que me abeiro, Não ‘stá quem eu amei. Olhar nem riso Se escondem nesta leira. […]...