Poema As Horas pela Alameda
As horas pela alameda
Arrastam vestes de seda,
Vestes de seda sonhada
Pela alameda alongada
Sob o azular do luar…
E ouve-se no ar a expirar –
A expirar mas nunca expira –
Uma flauta que delira,
Que é mais a idéia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranquila
Pelo ar a ondear e a ir…
Silêncio a tremeluzir…





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