Poesia Portuguesa

Poemas em Português

Elegia do Ciúme

A tua morte, que me importa, se o meu desejo não morreu? Sonho contigo, virgem morta, e assim consigo (mas […]

Elegia de Natal

Era também de noite Era também Dezembro Vieram-me dizer que o meu irmão nascera Já não sei afinal se o […]

Prelúdio de Natal

Tudo principiava pela cúmplice neblina que vinha perfumada de lenha e tangerinas Só depois se rasgava a primeira cortina E […]

Presídio

Nem todo o corpo é carne… Não, nem todo Que dizer do pescoço, às vezes mármore, às vezes linho, lago, […]

Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol, que é feito de ternura amarrotada, da frescura que vem depois do sol, quando […]

Natal à Beira-Rio

É o braço do abeto a bater na vidraça? E o ponteiro pequeno a caminho da meta! Cala-te, vento velho! […]

Canção Amarga

Que importa o gesto não ser bem o gesto grácil que terias? – Importa amar, sem ver a quem… Ser […]

Rua de Roma

Quero uma rua de Roma com seus rubros com seus ocres com essa igreja barroca essa fonte esse quiosque aquele […]

Do Tempo ao Coração

E volto a murmurar Do cântico de amor gerado na Suméria às novas europutas Do muito que me dás ao […]

O Corpo Os Corpos

O teu corpo O meu corpo E em vez dos corpos que somados seriam nossos corpos implantam-se no espaço novos […]

Silêncio

Já o silêncio não é de oiro: é de cristal; redoma de cristal este silêncio imposto. Que lívido museu! Velado, […]

Noite Apressada

Era uma noite apressada depois de um dia tão lento. Era uma rosa encarnada aberta nesse momento. Era uma boca […]

E por Vezes

E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos […]

A Secreta Viagem

No barco sem ninguém, anónimo e vazio, ficámos nós os dois, parados, de mão dada… Como podem só dois governar […]

Soneto do Cativo

Se é sem dúvida Amor esta explosão de tantas sensações contraditórias; a sórdida mistura das memórias, tão longe da verdade […]

A Guerra

E tropeçavam todos nalgum vulto, quantos iam, febris, para morrer: era o passado, o seu passado – um vulto de […]

Memória

Tudo que sou, no imaginado silêncio hostil que me rodeia, é o epitáfio de um pecado que foi gravado sobre […]

Praia do Esquecimento

Fujo da sombra; cerro os olhos: não há nada. A minha vida nem consente rumor de gente na praia desolada. […]

Serenata do Adolescente

Que doentia claridade a que me invade e me obsidia, durante a noite e à luz da tarde, à luz […]