Poema Carta às Estrellas
Ninguem soletra mais vossos mysterios
Grandes letras da Noute! sem cessar…
Ó tecidos de luz! rios ethereos,
Olhos azues que amolleceis o Mar!…
O que fazeis dispersas pelo ar?!…
E ha que tempos ha já, fogos siderios,
Que ides assim como uns brandões funereos
Que levaes o Deus Padre a sepultar?!
Ha que tempos, dizei! – Ha muitos annos?…
E, com tudo, astros santos, deshumanos,
A vossa luz é sempre clara e egual!
Ha muito, que sois bons, castos, brilhantes!…
– Mas, tambem… ó crueis! sempre distantes…
Como dos nossos braços o Ideal!