Poema Anda, Vem
Anda, vem… por que te négas,
Carne morêna, toda perfume?
Por que te cálas,
Por que esmoreces
Boca vermêlha, – rosa de lume!
Se a luz do dia
Te cóbre de pêjo,
Esperemos a noite presos n’um beijo.
Dá-me o infinito goso
De contigo adormecer,
Devagarinho, sentindo
O arôma e o calôr
Da tua carne, – meu amôr!
E ouve, mancebo aládo,
Não entristeças, não penses,
– Sê contente,
Porque nem todo o prazer
Tem peccado…
Anda, vem… dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos;
Tenho Saudades da vida!
Tenho sêde dos teus beijos!
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