Poema Quero ir onde a promessa quebrou
Quero ir onde a promessa quebrou,
ao momento em que as mãos se apagaram.
Foi breve o acordar na lembrança de outro corpo,
o regresso do subúrbio da vida
desviou o coração para a janela etérea
onde inventarás uma nova derrota, uma bela e simples derrota,
onde não existirá um sacrifício, uma fuga de vidro.
E eu falo contigo agora,
agora que o filme te cobre os olhos, agora
que o âmago afunda no instinto das pequenas coisas, agora
que desenho os materiais que resistem
à tua habituação cintilante e eterna.
Um dia li a tua mão, escapando-se-me o corpo,
cresci nessa imagem de astros, suspendi
os meus recursos de espectador,
falhei nas fendas da cabeça. E hoje
volto ao primeiro momento onde a promessa quebrou,
ao fulgor do primeiro exercício inaugural
da diferença entre o frio e o quente,
onde o vento corta as ruas
e os pássaros cantam o teu nome.





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