Poema Ironia
De tanto pensar na morte
Mais de cem vezes morri.
De tanto chamar a sorte
A sorte chamou-me a si.
Deu-me frutos duradoiros
A paz, a fortuna, o amor.
As musas vieram pôr
Na minha fronte os seus loiros…
Hoje o meu sonho procura
Com saudade a poesia
Dos tempos em que eu sofria…
– Que triste coisa a ventura!





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