Poema Liberta
Noutros cenários a minha alma vive!
Outros caminhos…
Por outras luzes iluminada!
– Eu vim daquele mundo onde estive
tanto tempo emparedada…
Andavam de negro
As minhas horas…
A esquecer-me da vida –
Não me encontrava!
Meus sonhos amortalhados
Em crepúsculo,
A noite não os levava!
………………………..
Um entardecer triste e doloroso
Enrubesceu o céu!
E o meu olhar ansioso
Fundiu-se no teu!
………………………..
E as tuas lindas mãos,
Esguias e nevróticas,
Pintam-me telas rubras
Bizarras e exóticas
De largos horizontes…
………………………..
Hoje, ergue-me a ânsia enorme
De outras horas viver!
– Sensualizando a vida,
Descobrindo novas fontes
De dor e de prazer…
– Orgias de estranha cor
de que tu fosses somente
o extraordinário inventor!





Mais poemas:
- As Tuas Mãos Pálido, extático, olhavas para mim. E as tuas mãos raras, de linhas estilizadas, poisavam abandonadas sobre os tons liriais do […]...
- Liberta em Pedra Livre, liberta em pedra. Até onde couber tudo o que é dor maior, por dentro da harmonia jacente, aguda, fria, […]...
- A uma Rapariga À Nice Abre os olhos e encara a vida! A sina Tem que cumprir-se! Alarga os horizontes! Por sobre lamaçais […]...
- Nos Foge o Tempo Se mais que aéreas nuvens pressuroso, Se mais que inquietas ondas inconstante, Nos foge o Tempo; é inútil o saudoso […]...
- As Mãos do Meu Pai As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis sobre um fundo de manchas já cor de terra – como […]...
- A umas Mãos Senhora, estas vossas mãos São sobre belas tão lindas, Que dão de mão aos arminhos Na candidez, com que brilham. […]...
- Aprendamos, Amor Aprendamos, amor, com estes montes Que, tão longe do mar, sabem o jeito De banhar no azul dos horizontes. Façamos […]...
- Enlevo Porque esse olhar de sombra de temor Se perde em mim, às horas do sol posto, Quando é de âmbar […]...
- Anseios Meu doido coração aonde vais, No teu imenso anseio de liberdade? Toma cautela com a realidade; Meu pobre coração olha […]...
- Vatícinio Hás-de beber as lágrimas sombrias que nesta hora eu bebo soluçando!, e o veneno das minhas ironias há-de rasgar-te os […]...
- Crepuscular Há no ambiente um murmúrio de queixume, De desejos de amor, d’ais comprimidos… Uma ternura esparsa de balidos, Sente-se esmorecer […]...
- Rosas Vermelhas Que estranha fantasia! Comprei rosas encarnadas às molhadas dum vermelho estridente, tão rubras como a febre que eu trazia… – […]...
- O Inconsciente O Espectro familiar que anda comigo, Sem que pudesse ainda ver-lhe o rosto, Que umas vezes encaro com desgosto E […]...
- A Vida é Líquida É crua a vida. Alça de tripa e metal. Nela despenco: pedra mórula ferida. É crua e dura a vida. […]...
- Amigo, a que Vieste? Onde foste ao bater das quatro horas e, antes, quem eras tu, se eras? Amigo ou inimigo, posso falar-te agora […]...
- Ode à Esperança 1 Vem, vem, doce Esperança, único alívio Desta alma lastimada; Mostra, na c’roa, a flor da Amendoeira, Que ao Lavrador […]...
- Conto de Fadas Eu trago-te nas mãos o esquecimento Das horas más que tens vivido, Amor! E para as tuas chagas o unguento […]...
- Languidez Tardes da minha terra, doce encanto, Tardes duma pureza de açucenas, Tardes de sonho, as tardes de novenas, Tardes de […]...
- Castelã da Tristeza Altiva e couraçada de desdém, Vivo sozinha em meu castelo: a Dor! Passa por ele a luz de todo o […]...
- Sê Rei de Ti Próprio Não tenhas nada nas mãos Nem uma memória na alma, Que quando te puserem Nas mãos o óbolo último, Ao […]...
- Os Dois Horizontes Dois horizontes fecham nossa vida: Um horizonte, – a saudade Do que não há de voltar; Outro horizonte, – a […]...
- Poema da Hora Escoada Minhas mãos – duas chamas débeis de vela unidas no mesmo destino. Minhas mãos derretidas em cera que vai escorrendo, […]...
- Algumas Horas Outras 1 algumas horas outras invadiram as sedas, os perfumes ácidos da louça, não serão recordadas, ou quanto mais as recordarmos, […]...
- Tenho Fome da Tua Boca Tenho fome da tua boca, da tua voz, do teu cabelo, e ando pelas ruas sem comer, calado, não me […]...
- Pequena Elegia Chamada Domingo O domingo era uma coisa pequena. Uma coisa tão pequena que cabia inteirinha nos teus olhos. Nas tuas mãos estavam […]...
- Em Horas inda Louras, Lindas Em horas inda louras, lindas Clorindas e Belindas, brandas, Brincam no tempo das berlindas, As vindas vendo das varandas, De […]...
- Três Rosas Sempre, mas sobretudo nas brumosas Horas da tarde, quando acaba o dia, Quando se estrela o céu, tenho a mania […]...
- Passeio ao Campo Meu Amor! Meu Amante! Meu Amigo! Colhe a hora que passa, hora divina, Bebe-a dentro de mim, bebe-a comigo! Sinto-me […]...
- Mãezinha A terra de meu pai era pequena e os transportes difíceis. Não havia comboios, nem automóveis, nem aviões, nem mísseis. […]...
- Temo, Lídia, o Destino. Nada é Certo Temo, Lídia, o destino. Nada é certo. Em qualquer hora pode suceder-nos O que nos tudo mude. Fora do conhecido […]...
- A um Poeta Morto Quando a primeira vez a harmonia secreta De uma lira acordou, gemendo, a terra inteira, – Dentro do coração do […]...
- Psiquetipia Símbolos. Tudo símbolos Se calhar, tudo é símbolos… Serás tu um símbolo também? Olho, desterrado de ti, as tuas mãos […]...
- Dispersão Perdi-me dentro de mim Porque eu era labirinto, E hoje, quando me sinto, É com saudades de mim. Passei pela […]...
- Os Poemas Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o […]...
- Alma Perdida Toda esta noite o rouxinol chorou, Gemeu, rezou, gritou perdidamente! Alma de rouxinol, alma da gente, Tu és, talvez, alguém […]...
- Sol Poente Tardinha… “Ave-Maria, Mãe de Deus…” E reza a voz dos sinos e das noras… O sol que morre tem clarões […]...
- Coroemo-nos Pois uns para os Outros Tuas, não minhas, teço estas grinaldas, Que em minha fronte renovadas ponho. Para mim tece as tuas, Que as minhas […]...
- O Poema em que te Busco é a Minha Rede O poema em que te busco é a minha rede, Bem mais de borboletas que de peixes, E é o […]...
- Lua Cheia Duas gotas de sangue nas dunas, duas rosas rubras na areia. Se foi prazer ou suplício, sabe o amor e […]...
- Os Mochos Sob os feixos onde habitam, Os mochos formam em filas; Fugindo as rubras pupilas, Mudos e quietos, meditam. E assim […]...