Poema Paraíso
Sala imensa de luz, que o pavimento
Uma esmeralda é só, que tem por tecto
Inteiriça safira, que o Arquitecto
Supremo abobadou, com sábio invento.
Trono dum só diamante, em trino assento,
De que é amplo dossel rubim selecto,
Onde se assenta um Deus piedoso e recto,
Sem começo nem fim, tempo ou momento.
Junto ao sidério sólio está Maria,
Sentada numa pérola formosa
E, em torno dela, a excelsa jerarquia.
Toda a celeste corte venturosa
Em perpétuo Te Deum hinos envia,
Ao Trino Rei da Glória luminosa.





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