Poema Fraternidade
Razão não tenho para os homens amar
Nem eles uma para amar-me têm;
À sua vileza cego não sei estar
E toda a vileza também eles vêem.
Ódio em palavras, por saciar,
Sabendo já que por todos seria
Incompreendido; fosse eu falar
E deles ignoto continuaria.
Um ódio mútuo que de instinto vem
Oculto em sorrisos, mal nos suportando.
A bondade humana, conheço-a bem;
Odeio os homens, “irmãos” lhes chamando.
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