Poema O Pregador de Verdades

Ontem o pregador de verdades dele
Falou outra vez comigo.
Falou do sofrimento das classes que trabalham
(Não do das pessoas que sofrem, que é afinal quem sofre).
Falou da injustiça de uns terem dinheiro,
E de outros terem fome, que não sei se é fome de comer.
Ou se é só fome da sobremesa alheia.
Falou de tudo quanto pudesse fazê-lo zangar-se.

(2 votes, average: 2,50 out of 5)

Mais poemas:

Tenho Fome da Tua Boca Tenho fome da tua boca, da tua voz, do teu cabelo, e ando pelas ruas sem comer, calado, não me […]...
Aniversário No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, […]...
Ora Até que Enfim Ora até que enfim…, perfeitamente… Cá está ela! Tenho a loucura exatamente na cabeça. Meu coração estourou como uma bomba […]...
A Idade Falou e disse um pássaro, dois sóis, uma pequena estrela. Falou para que calássemos e disse amor, penúria, brevidade. E […]...
Desaparecido Sempre que leio nos jornais: “De casa de seus pais desapar’ceu…” Embora sejam outros os sinais, Suponho sempre que sou […]...
Quanto Faças, Supremamente Faze Quanto faças, supremamente faze. Mais vale, se a memória é quanto temos, Lembrar muito que pouco. E se o muito […]...
Porque o Povo Diz Verdades Porque o povo diz verdades, Tremem de medo os tiranos, Pressentindo a derrocada Da grande prisão sem grades Onde há […]...
Cerca de Grandes Muros Quem te Sonhas Cerca de grandes muros quem te sonhas. Depois, onde é visível o jardim Através do portão de grade dada, Põe […]...
Poema do Futuro Conscientemente escrevo e, consciente, medito o meu destino. No declive do tempo os anos correm, deslizam como a água, até […]...
Vozes da Noite Vozes na Noite! Quem fala Com tanto ardor, tanto afã? Falou o Grilo primeiro, Logo depois foi a Rã. Pobre […]...
Só nos Pertence o Gesto que Fizemos Só nos pertence o gesto que fizemos não o fazê-lo como, iludida, a divindade que em nós já trouxemos supõe […]...
Família Três meninos e duas meninas, sendo uma ainda de colo. A cozinheira preta, a copeira mulata, o papagaio, o gato, […]...
A Espantosa Realidade das Cousas A espantosa realidade das cousas É a minha descoberta de todos os dias. Cada cousa é o que é, E […]...
Estão Todas as Verdades à Espera em Todas as Coisas Estão todas as verdades à espera em todas as coisas: não apressam o próprio nascimento nem a ele se opõem, […]...
Ontem à Tarde um Homem das Cidades Ontem à tarde um homem das cidades Falava à porta da estalagem. Falava comigo também. Falava da justiça e da […]...
Quem não Trabuca, não Manduca Olhai que quem quer comer trabalha, lida, e trabuca; que quem trabuca manduca mil vezes ouvi dizer; mas ociosos viver […]...
Eternidade A minha eternidade neste mundo Sejam vinte anos só, depois da morte! O vento, eles passados, que, enfim, corte A […]...
Terra – 24 António, é preciso partir! o moleiro não fia, a terra é estéril, a arca vazia, o gado minga e se […]...
Quanto Mais vos pago, Mais vos Devo Quem vê, Senhora, claro e manifesto O lindo ser de vossos olhos belos, Se não perder a vista só com […]...
Não Creio nesse Deus I Não sei se és parvo se és inteligente – Ao disfrutares vida de nababo Louvando um Deus, do qual […]...
I Was Made To Love Magic A manhã com as suas proibições na tua fala. A claridade estava a crescer numa cama que já se tinha […]...
Aqui Aqui, deposta enfim a minha imagem, Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem, No interior das […]...
Em Tudo quanto Olhei Fiquei em Parte Tudo que cessa é morte, e a morte é nossa Se é para nós que cessa. Aquele arbusto Fenece, e […]...
Tão Cedo Passa Tudo quanto Passa Tão cedo passa tudo quanto passa! Morre tão jovem ante os deuses quanto Morre! Tudo é tão pouco! Nada se […]...
Decepção à Regra Sentar-me e ver os outros passar é o meu exercício favorito. Entretém. Não esgota. É gratuito. Neste meu jogo-do-não são […]...
Quanto Ódio quanto ódio diz quanto ódio não sabes tens dentro de ti o deferente tapete da palavra a rede bélica os […]...
Entre o Bater Rasgado dos Pendões Entre o bater rasgado dos pendões E o cessar dos clarins na tarde alheia, A derrota ficou: como uma cheia […]...
Há Metafísica Bastante em não Pensar em Nada Há metafísica bastante em não pensar em nada. O que penso eu do mundo? Sei lá o que penso do […]...
Quanto, Quanto me Queres? Quanto, quanto me queres? – perguntaste Olhando para mim mas distrahida; E quando nos meus olhos te encontraste, Eu vi […]...
O Mistério das Cousas O mistério das cousas, onde está ele? Onde está ele que não aparece Pelo menos a mostrar-nos que é mistério? […]...
Poema do Homem Novo Niels Armstrong pôs os pés na Lua e a Humanidade saudou nele o Homem Novo. No calendário da História sublinhou-se […]...
O que se descreve é como cotovelos no parapeito O que se descreve é como cotovelos no parapeito, pode ser tão sombrio quanto uma interrogação em círculo, tão viril […]...
Nunca a Alheia Vontade Cumpras por Própria Nunca a alheia vontade, inda que grata, Cumpras por própria. Manda no que fazes, Nem de ti mesmo servo. Ninguém […]...
Quando? Este falar de mim já me consola. Mas quando direi de mim o quanto que me baste, e tanto que […]...
Canção porque (não) Morres Este é o último livro, prometia como alguém que tivesse esquecido que assim sempre tinha sido – aquele era o […]...
Como Queiras, Amor Como queiras, Amor, como tu queiras. Entregue a ti, a tudo me abandono, seguro e certo, num terror tranquilo. A […]...
Só a Natureza é Divina, e Ela não é Divina Só a natureza é divina, e ela não é divina… Se falo dela como de um ente É que para […]...
A Alheia Soma Universal da Vida Como se cada beijo Fora de despedida, Minha Cloe, beijemo-nos, amando. Talvez que já nos toque No ombro a mão, […]...
Confissão Meus lábios, meus olhos (a flor e o veludo…) Minha ideia turva, minha voz sonora, Meu corpo vestido, meu sonho […]...
O Amor, Meu Amor Nosso amor é impuro como impura é a luz e a água e tudo quanto nasce e vive além do […]...