Poema Ontologia do Amor
Tua carne é a graça tenra dos pomares
e abre-se teu ventre de uma a outra lua;
de teus próprios seios descem dois luares
e desse luar vestida é que ficas nua.
Ânsia de voo em asas de ficar
de ti mesma sou o mar e o fundo.
Praia dos seres, quem te viajar
só naufragando recupera o mundo.
Ritmo de céu, por quem és pergunta
de uma azul resposta que não trazes junta
vitral de carne em catedral infinda.
Ter-te amor é já rezar-te, prece
de um imenso altar onde acontece
quem no próprio corpo é céu ainda.
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