Poesia Portuguesa

Poemas em Português

Criei, não Possuí

Criei, não possuí. Instante de infinitude, o que moldei na voz respira. A firme casa do meu corpo se fez […]

A Área

Tudo o que houve, permanece, proeza do corpo como um sulco bárbaro da memória dos dias, ritos, remorsos, sementes futuras, […]

O Sexo

Neste corpo, a densa neblina, quase um hábito, lentamente descida, sedimento e sede, subtilmente o acalma. Ancora que se desloca, […]

As Mãos

Brandamente escrevem dos espasmos do sol. Envelhecem do pulso ao cérebro, ao calor baço de um revérbero no eixo dos […]

O Sono

É um braço magro de mulher, uns olhos espectrais e brilhantes, uma cabeça de esfinge, uma lâmpada que fumega. Talvez […]

À Morte

Tu que mísero vives no vão dos braços em súbito furor Tu de mãos cativas senhor dos ombros indefeso dador […]

O Coração – II

A solidão é perfeita como um rasgo entre as nuvens, ao último sonho. A solidão que se cala em teu […]

Pandora

De repente, o corpo da mulher fulgura, pupila de deus, punhal ou bico, sede que chama. Pára em mim e […]

A Dor

Que venha, refúgio ou insónia, futuro antigo e comece no campo ou no flanco, à direita, onde consome a alma, […]

O Corpo

Ante as portas desgarradas, paradoxal é a morte: impossível, feito realidade, acaso predito. Corpo, deus imortal, para sempre cego e […]

O Medo

Que não se confunde. Por existir se ganha e nos pertence. Sílabas ou linguagem, busca o centro nas mãos, nos […]

As Lágimas

Exaltemos as lágrimas. Na pele das veias, bom dia, águas. Gratidão ao rosto, às cores, ao sulco nos olhos. Porquê […]

A Idade

Ao princípio, era a doença de ser, pura e simples exaltação das trevas de que a casa era a luz […]

Só os Lábios Respiram

Só os lábios respiram. Simples gesto vivo, exílio do som onde se oculta o pavor da palavra, pátria salgada cerrada […]

O Coração

Que jogo jogas, comédia ou lágrima? Cor suspensa. Prodígio doendo. Enganador relâmpago. Donde se enreda esta coragem que chora ao […]

Todas as Noites me Sinto

Todas as noites me sinto igual aos desconhecidos. Sou a criança que sou, só quando o tempo pára. Fico em […]