Criei, não Possuí
Criei, não possuí. Instante de infinitude, o que moldei na voz respira. A firme casa do meu corpo se fez […]
Poemas em Português
Criei, não possuí. Instante de infinitude, o que moldei na voz respira. A firme casa do meu corpo se fez […]
Tudo o que houve, permanece, proeza do corpo como um sulco bárbaro da memória dos dias, ritos, remorsos, sementes futuras, […]
Como realiza o corpo este exercício da queda no súbito conhecimento do espanto, quando os olhos estão vencidos, cerrados pela […]
Só de restos se consagra o tempo, força cerrada na inutilidade destas cores campestres, quando o sol em Novembro escurece […]
Neste corpo, a densa neblina, quase um hábito, lentamente descida, sedimento e sede, subtilmente o acalma. Ancora que se desloca, […]
Brandamente escrevem dos espasmos do sol. Envelhecem do pulso ao cérebro, ao calor baço de um revérbero no eixo dos […]
É um braço magro de mulher, uns olhos espectrais e brilhantes, uma cabeça de esfinge, uma lâmpada que fumega. Talvez […]
Tu que mísero vives no vão dos braços em súbito furor Tu de mãos cativas senhor dos ombros indefeso dador […]
A solidão é perfeita como um rasgo entre as nuvens, ao último sonho. A solidão que se cala em teu […]
De repente, o corpo da mulher fulgura, pupila de deus, punhal ou bico, sede que chama. Pára em mim e […]
Que venha, refúgio ou insónia, futuro antigo e comece no campo ou no flanco, à direita, onde consome a alma, […]
Ante as portas desgarradas, paradoxal é a morte: impossível, feito realidade, acaso predito. Corpo, deus imortal, para sempre cego e […]
Que não se confunde. Por existir se ganha e nos pertence. Sílabas ou linguagem, busca o centro nas mãos, nos […]
Exaltemos as lágrimas. Na pele das veias, bom dia, águas. Gratidão ao rosto, às cores, ao sulco nos olhos. Porquê […]
Erra, fio mortal da alma, o destino. Porém, trémulo, o não temo. Seco será o poder do nada, o silêncio […]
Ao princípio, era a doença de ser, pura e simples exaltação das trevas de que a casa era a luz […]
Só no pensamento volta o mundo. Ao ruído da voz apenas aspiro – que a alma é o ser mais […]
Só os lábios respiram. Simples gesto vivo, exílio do som onde se oculta o pavor da palavra, pátria salgada cerrada […]
Que jogo jogas, comédia ou lágrima? Cor suspensa. Prodígio doendo. Enganador relâmpago. Donde se enreda esta coragem que chora ao […]
Todas as noites me sinto igual aos desconhecidos. Sou a criança que sou, só quando o tempo pára. Fico em […]