Autor Jorge Borges

Sou o que sabe não ser menos vão Que o vão observador que frente ao mudo Vidro do espelho segue […]

Não quero ser quem sou. A avara sorte Quis-me oferecer o século dezassete, O pó e a rotina de Castela, […]

Quantas vidas possíveis já descansam Nesta bem pobre e diminuta morte, Quantas vidas possíveis que outra sorte Daria ao esquecimento […]

Cometi o pior desses pecados Que podem cometer-se. Não fui sendo Feliz. Que os glaciares do esquecimento Me arrastem e […]

Luas, marfins, instrumentos e rosas, Traços de Dúrer, lampiões austeros, Nove algarismos e o cambiante zero, Devo fingir que existem […]

Crucificam-me e eu tenho de ser a cruz e os pregos. Estendem-me a taça e eu tenho de ser a […]

Naquele preciso momento o homem disse: “O que eu daria pela felicidade de estar ao teu lado na Islândia sob […]

Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos […]

Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire. O que agradece que na terra haja música. O que […]

Não há-de te salvar o que deixaram Escrito aqueles que o teu medo implora; Não és os outros e encontras-te […]

O que não daria eu pela memória De uma rua de terra com baixos taipais E de um alto ginete […]

Não restará na noite uma só estrela. Não restará a noite. Morrerei e comigo irá a soma Do intolerável universo. […]

Todas as gerações e os poentes. Os dias e nenhum foi o primeiro. A frescura da água na garganta De […]

A lua ignora que é tranquila e clara E não pode sequer saber que é lua; A areia, que é […]