Autor Joaquim Pessoa

Bastava-nos amar. E não bastava o mar. E o corpo? O corpo que se enleia? O vento como um barco: […]

Tu ensinaste-me a fazer uma casa: com as mãos e os beijos. Eu morei em ti e em ti meus […]

Madruguei demais. Fumei demais. Foram demais todas as coisas que na vida eu emprenhei. Vejo-as agora grávidas. Redondas. Coisas tais, […]

Houve uma ilha em ti que eu conquistei. Uma ilha num mar de solidão. Tinha um nome a ilha onde […]

Quem morre de tempo certo ao cabo de um certo tempo é a rosa do deserto que tem raízes no […]

Quem disse que o teu nome é uma espada e as tuas mãos dois rios transparentes? Quem te acordou naquela […]

Nos teus gestos há animais em liberdade e o brilho doce que só têm as cerejas. É neles que adormeço, […]

A tua boca. A tua boca. Oh, também a tua boca. Um túnel para a minha noite. Um poço para […]

Meu coração não está nas largas avenidas nem repousa à tarde, para lá do rio. Nada acontece. Nada. Nem, ao […]

Assim me perguntaste, assim te respondi: tudo é paixão. Como não lamber da tua pele, o mel que o desejo […]

Nenhuma morte apagará os beijos e por dentro das casas onde nos amámos ou pelas ruas [clandestinas da grande cidade […]

Há pequenas aves que têm raízes nas palavras, essas palavras que não ficam arrumadas com decência na literatura, palavras de […]

Andavam pela casa amando-se no chão e contra as paredes. Respiravam exaustos como se tivessem nascido da terra de dentro […]

Estou mais perto de ti porque te amo. Os meus beijos nascem já na tua boca. Não poderei escrever teu […]

Eu cantaria mesmo que tu não existisses, faria amor, assim, com as palavras. Eu cantaria mesmo que tu não existisses […]