Poema A uma Moça Vendendo Camoezas
Para a feira vai Luisa
co seu balaio à cabeça,
todo enramado de louro
e cheio de camoezas.
Leva saia de cilício,
também jubão branco leva,
que serve o jubão de branco
onde amor atira as flechas.
Sobre os dedos pendurados
levava os punhos da renda;
tão valentona caminha
que treme o bairro de vê-la.
Lá no meio do Rossio
levanta a voz mui serena
como se aprendera solfa:
– Eu já tenho camoezas!
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