Poesia Portuguesa

Poemas em Português

Ar

Vivificante ar, pai da existência, Assopro animador do Autor Divino, Deste nosso subtil moto contino Composto, onde um Deus pôs […]

Fogo

Faísca luminar da etérea chama Que acendes nossa máquina vivente, Que fazes nossa vista refulgente Com eléctrico gás, com subtil […]

Deus, Infinito Ser

Deus, Infinito ser, nunca criado, Sem princípio, nem fim, na Majestade Que no trono da Eterna Divindade Tens o Mundo […]

O Tempo Gastador de Mil Idades

O Tempo gastador de mil idades, Que na décima esfera vive e mora, Não descansa co’a Fúria tragadora, De exercitar, […]

À Discórdia

Pouco importa amarrar com mão valente A Discórdia infernal, com cem cadeias, Que ela tem subtilezas, tem ideias De saber […]

Paraíso

Sala imensa de luz, que o pavimento Uma esmeralda é só, que tem por tecto Inteiriça safira, que o Arquitecto […]

Estio

Saí da Primavera, entrei no Estio Das fogosas funções da mocidade. Nesta estação louçã da minha idade, Entreguei-me às paixões, […]

Morte

Num imenso salão, alto e rotundo, De caveiras iguais, ossos sem dono, Perpétua habitação de eterno sono Que tem por […]

Inferno

Há no centro da Terra ampla caverna, Reino imenso dos anjos rebelados, Lago horrendo de enxofres inflamados, Que acende o […]

Juízo

Quando, nos quatro ângulos da Terra, Troarem as trombetas ressurgentes, Despertadoras dos mortais dormentes, Por onde um Deus irado aos […]

Ao Tempo

Levanta o pano, ó tragador das eras, A cena mostra das fatais desditas, Pois que no giro das paixões que […]

Feliz Habitação da Minha Amada

Feliz habitação da minha Amada, Ninho de Amor, albergue da Ternura, Onde, outro tempo, a próspera Ventura Dormia nos meus […]

A Inocência

Caminhando no mundo vai segura A Inocência, com grave firme passo. Sem temor de cair no infame laço Que arma […]

Outono

Com a carga de frutos maus maduros, Nessa estação viril entrei do Outono. Bradou-me o Desengano, de seu trono: “Larga […]

Água

O líquido delgado e transparente Com que o barro amassou o Autor sob’rano, Da insigne construção do corpo humano, Que […]

Primavera

Passei a Primavera de meus anos Com maternais desvelos amorosos. Com meiguices, afagos carinhosos, Com mimos de solícitos afanos. Desenfaixado […]

Inverno

Já na quarta estação final da vida Estou, do triste Inverno rigoroso. Fustigado do tempo borrascoso, Co’a saraiva das asas […]

À Sua Velhice

Meu corpo assaz tem sido espicaçado Com buídos punhais, por mão da Morte, Que arrebatado tem, da minha corte, Grande […]

O Avarento

No meio de seus cofres, desvelado, Co’as tampas levantadas, rasas de ouro, Cevando a vista está no metal louro Dele […]

Terra

Ó Terra, amável mãe da Natureza! Fecunda em produções de imensos entes, Criadora das próvidas sementes Que abastam toda a […]