Abdicação
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços E chama-me teu filho. Eu sou um rei que voluntariamente abandonei O meu […]
Poemas em Português
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços E chama-me teu filho. Eu sou um rei que voluntariamente abandonei O meu […]
Sangra, sinistro, a alguns o astro baço. Seus três anéis irreversíveis são A desgraça, a tristeza, a solidão. Oito luas […]
Nasce um Deus. Outros morrem. A verdade Nem veio nem se foi: o Erro mudou. Temos agora uma outra Eternidade, […]
No plano abandonado Que a morna brisa aquece, De balas trespassado – Duas, de lado a lado -, Jaz morto […]
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. […]
MAR PORTUGUÊS Possessio Maris I. O Infante Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra […]
Fúria nas trevas o vento Num grande som de alongar, Não há no meu pensamento Senão não poder parar. Parece […]
Não: não digas nada! Supor o que dirá A tua boca velada É ouvi-lo já É ouvi-lo melhor Do que […]
Entre o sono e sonho, Entre mim e o que em mim É o quem eu me suponho Corre um […]
Dizem? Esquecem. Não dizem? Disseram. Fazem? Fatal. Não fazem? Igual. Por quê Esperar? Tudo é Sonhar.
As minhas ansiedades caem Por uma escada abaixo. Os meus desejos balouçam-se Em meio de um jardim vertical. Na Múmia […]
Ela canta, pobre ceifeira, Julgando-se feliz talvez; Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia De alegre e anônima viuvez, […]
Conta a lenda que dormia Uma Princesa encantada A quem só despertaria Um Infante, que viria De além do muro […]
Não digas nada! Nem mesmo a verdade Há tanta suavidade em nada se dizer E tudo se entender – Tudo […]
Começa a ir ser dia, O céu negro começa, Numa menor negrura Da sua noite escura, A Ter uma cor […]
Dorme, que a vida é nada! Dorme, que tudo é vão! Se alguém achou a estrada, Achou-a em confusão, Com […]
De quem é o olhar Que espreita por meus olhos? Quando penso que vejo, Quem continua vendo Enquanto estou pensando? […]
Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não fazer! Ler é maçada, Estudar é […]
Contemplo o que não vejo. É tarde, é quase escuro. E quanto em mim desejo Está parado ante o muro. […]
Soam vãos, dolorido epicurista, Os versos teus, que a minha dor despreza; Já tive a alma sem descrença presa Desse […]