Poema O Anel de Corina
Enquanto espera a hora combinada
De o remeter com flores a Corina,
Ovídio oscúla o anel que lhe destina
E em que uma gema fulge bem gravada.
– ” Como eu te invejo, ó prenda afortunada!
” Com ela vais dormir, mimosa e fina,
” Com ela has-de banhar-te na piscina
” Donde sairá, qual Venus, orvalhada,
” O dorso e o seio lhe verás de rosas,
” E selarás as cartas deliciosas
” Com que em minh’alma alento e esp’rança verte…
” E temendo (suprema f’licidade!)
” Que a cera adira á pedra, ai! então ha-de
” Com a ponta da língua humedecer-te! ”
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