Pró Pudor
Todas as noites ela me cingia Nos braços, com brandura gasalhosa; Todas as noites eu adormecia, Sentindo-a desleixada a langorosa. […]
Poemas em Português
Todas as noites ela me cingia Nos braços, com brandura gasalhosa; Todas as noites eu adormecia, Sentindo-a desleixada a langorosa. […]
Nós podemos viver alegremente, Sem que venham com fórmulas legais, Unir as nossas mãos, eternamente, As mãos sacerdotais. Eu posso […]
Ei-la! Como vai bela! Os esplendores Do lúbrico Versailles do Rei-Sol! Aumenta-os com retoques sedutores. É como o refulgir dum […]
Mandaste-me dizer, No teu bilhete ardente, Que hás de por mim morrer, Morrer muito contente. Lançastes, no papel As mais […]
Dizem que tu és pura como um lírio E mais fria e insensível que o granito, E que eu que […]
Eu hoje estou cruel, frenético, exigente; Nem posso tolerar os livros mais bizarros. Incrível! Já fumei três maços de cigarros […]
L. Lembras-te tu do sábado passado, Do passeio que demos, devagar, Entre um saudoso gás amarelado E as carícias leitosas […]
O mundo é velha cena ensanguentada. Coberta de remendos, picaresca; A vida é chula farsa assobiada, Ou selvagem tragédia romanesca. […]
Ela chorava muito e muito, aos cantos, Frenética, com gestos desabridos; Nos cabelos, em ânsias desprendidos Brilhavam como pérolas os […]
I Num castelo deserto e solitário, Toda de preto, às horas silenciosas, Envolve-se nas pregas dum sudário E chora como […]
Eu descia o Chiado lentamente Parando junto às montras dos livreiros Quando passaste irônica e insolente, Mal pousando no chão […]
Milady, é perigoso contemplá-la, Quando passa aromática e normal, Com seu tipo tão nobre e tão de sala, Com seus […]
Merina Rosto comprido, airosa, angelical, macia, Por vezes, a alemã que eu sigo e que me agrada, Mais alva que […]
Cabelos Ó vagas de cabelo esparsas longamente, Que sois o vasto espelho onde eu me vou mirar, E tendes o […]
I Balzac é meu rival, minha senhora inglesa! Eu quero-a porque odeio as carnações redondas! Mas ele eternizou-lhe a singular […]
Eu temo muito o mar, o mar enorme, Solene, enraivecido, turbulento, Erguido em vagalhões, rugindo ao vento; O mar sublime, […]
Dez horas da manhã; os transparentes Matizam uma casa apalaçada; Pelos jardins estancam-se as nascentes, E fere a vista, com […]
Eu, que sou feio, sólido, leal, A ti, que és bela, frágil, assustada, Quero estimar-te sempre, recatada Numa existência honesta, […]
Eu hei de lhe falar lugubremente Do meu amor enorme e massacrado, Falar-lhe com a luz e a fé dum […]
Esta aborrece quem é pobre. Eu, quase Jó, Aceito os seus desdéns, seus ódios idolatro-os; E espero-a nos salões dos […]