Poema Foi n’uma Tarde de Julho
Foi n’uma tarde de Julho.
Conversávamos a mêdo,
– Receios de trahir
Um tristissimo segrêdo.
Sim, duvidávamos ambos:
Elle não sabia bem
Que o amava loucamente
Como nunca amei ninguem.
E eu não acreditava
Que era por mim que o seu olhar
De lagrimas se toldava…
Mas, a duvida perdeu-se;
Fallou alto o coração!
– E as nossas taças
Foram erguidas
Com infinita perturbação!
Os nossos braços
Formaram laços.
E, aos beijos, ébrios, tombámos;
– Cheios d’amôr e de vinho!
(Uma suplica soáva:)
“Agora… morre commigo,
Meu amôr, meu amôr… devagarinho!…”
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